O bebé e a bola de menta

Era uma vez um bebé que gostava de brincar. Um dia ele chateou-se muito a sério e por isso gostava de comer gelados e fazer cocó. Era assim uma pequena bola de menta e merda, que rebolova por aí, que nem um calhau.

Então a mãe dele disse que ele ia ficar de castigo e deu-lhe duas palmadas naquele rabinho fofinho de bebé chorão! Ele ficou tão triste ...
Depois disso mirrou, mirrou até que ficou pequenino, magro e feio, sempre a berrar por menta e a bater nos outros, até que ele ficou com fome e queria chupar a mama da mãe dele e ela então disse-lhe: "Pareces o teu pai bebé naquelas noites de Verão." Ele riu-se e peidou-se e depois pediu uma bola de menta e a mãe finalmente deu-lhe uma bola, e ela aceitou-o como ele era.
Ele cresceu e tornou-se um homem forte e saudável, muito inteligente e sábio de todas as disciplinas e áreas do saber, mas andava triste e sonolento. Pensou em ir para Itália, onde os gelados seriam bons, porque nos café de Itália, no Fórum, pelo menos eram. Mas a mãe não deixou e ficou por casa.
Conheceu uma gaja boa como o milho e pensou logo em sexo, o que era o sexo para ele? Nada, coitadinho... Ele quis descobrir coisas sobre e então ia-se casar, mas um dia ia a atravessar uma rua para comprar um gelado e não viu um carro e morreu.

João Guilhoto e Ana Gago

"A prova da delinquência"